Imagine o que é ter de restringir a dieta e ir ao supermercado sempre com a obrigação de procurar a inscrição “não contém glúten” nas embalagens dos alimentos antes de colocá-los no caminho. Ao chegar em casa, a preocupação passa a ser o preparo e o consumo dos produtos comprados só por meio de recipientes e talheres de uso exclusivo, tudo para garantir que não haja resquícios de glúten nos utensílios.
Esta vida de cuidados e restrições é a rotina dos pacientes celíacos. No país eles seriam 300 mil pessoas segundo dados da Acelbra (Associação dos Celíacos do Brasil).
A doença celíaca nada mais é que a intolerância ao glúten, a proteína presente em cereais como trigo, aveia, centeio e cevada (malte). A adesão ao tratamento é prejudicada em razão de dificuldades de diagnóstico.
A demora em descobrir a doença celíaca decorre de alguns de seus sintomas – como diarréia, vômitos, constipação e fadiga – serem comuns em outras doenças. (Veja quadro).
“O doente celíaco desenvolve uma atrofia da mucosa intestinal devido a uma agressão do organismo na presença do glúten. Essa atrofia vai levar a uma síndrome da má absorção de nutrientes. E altera a digestão de lactose, maltose e sacarose”, explica a médica Ana Lúcia Galhardo Guimarães, nutróloga do Hospital Vivalle, de São José, e membra da SBNPE (Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral).
PAPEL DO GOVERNO – A oferta de produtos especiais para portadores da patologia é, segundo o médico nutrólogo da Abran (Associação Brasileira de Nutrologia) Femando Chueire, um problema de saúde pública. “Considerando que a única forma de controle da doença é a exclusão do glúten da dieta e que a população brasileira possui um padrão de consumo rico neste nutriente (pães, biscoitos, macarrão, cerveja etc), é necessário promover a organização social para garantir a segurança alimentar e nutricional dessas pessoas”, defende.
Se os pacientes, de certa forma, estão esquecidos pelas autoridades, o cenário já foi pior. Só em 2003 foi criada a Lei Federal número 10.674, que obriga a inserção da advertência “contém glúten” ou “não contém glúten” nos rótulos dos alimentos comercializados. Antes disso era mesmo um “salve-se quem puder”.
Doença celíaca retarda o crescimento
A doença celíaca geralmente se manifesta na infância entre o primeiro e o terceiro ano de vida, mas os sintomas podem surgir em qualquer idade.
“A criança pode apresentar quadro de diarréia crônica com má absorção de nutrientes, o que leva a um défit de peso e de estrutura. Atraso puberal também pode ser encontrado”, explica a médica Ana Lúcia Guimarães, do Vivalle. “Já na fase adulta, o doente celíaco quando não tratado, tm risco aumentado de desenvolver anemia, desnutrição, oesteoporose, infertilidade, aborto espontâneo e cancêr de intestino.”
O nutrologo Fernando Chueire, ressalta que a doença pode permanecer latente ou com sintomas mínimos e ocasionais durante longos períodos da vida, o que também dificulta o diagnóstico.
“O caracter hereditário da doença torna imprescindivel que parentes de primeiro grau de celíacos façam testes de triagem para detecção da patalogia”, ressalta o médico .
Simtomas da Alergia
– Diarréia Crônica
– Cólicas
– Náuseas
– Vômitos
– Dor abdominal
– Constipação intestinal (prisão de ventre)
– Intolerancia ao leite (lactose)
– Perda de apetite
– Dificuldade de adquirir peso e facilidade para perdê-lo
– Baixa estatura ( crianças)
– Atraso na puberdade
– Fraquesa geral
– Alterações na pele (rash pruginoso)
– Infertilidade
– Diminuição na fertilidade
– Alterações no ciclo menstrual
– Anemia (po deficiência de ferro)
FONTE: Sindipan
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